terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

NÚNCIO NA UCRÂNIA FALA SOBRE A SITUAÇÃO NO PAÍS E PEDE ORAÇÃO PARA QUE SE TENHA A CORAGEM DE ESCOLHER A PAZ

 

No dia seguinte à oração do Papa Francisco no Angelus para que se faça “todo esforço pela paz” na Ucrânia, onde os ventos da guerra sopram, o núncio apostólico, dom Visvaldas Kulbokas, relançou o apelo do Pontífice e exortou a não frear o diálogo entre as partes.

Há três semanas fizemos uma entrevista com o senhor, o que mudou desde então, qual é a situação na Ucrânia?

É claro que a situação já estava tensa há três semanas, mas tornou-se ainda mais tensa. O que estou percebendo é que há um nível muito alto de preocupação entre as pessoas, há também o medo. Entretanto, devo dizer que, em geral, os ucranianos também estão mostrando grande resiliência. Isto porque o conflito nos territórios orientais já vem ocorrendo há quase oito anos, de modo que existe também uma certa capacidade humana para lidar com situações de emergência. O medo é grande, a tensão é alta, mas mesmo assim as pessoas estão resistindo bastante bem.

Não sei se o senhor notou que na mídia ocidental se fala da grande tensão na Ucrânia. O senhor acha que isso realmente reflete o clima em que as pessoas vivem?

Claro que se pode dizer que há muita atenção porque é como se se pudesse sentir o cheiro da guerra, o que preocupa a todos. Isso preocupa aqueles que têm filhos, aqueles que vivem com idosos, mulheres grávidas, mas aqui o governo está tentando acalmar a população. E, na minha opinião, isto também faz parte da missão da Igreja Católica e, em geral, das igrejas e comunidades religiosas, de incutir pelo menos uma calma relativa mesmo em situações de emergência.

Como a Igreja Católica na Ucrânia interpreta a situação atual?

Fiquei muito contente de ouvir tantas homilias encorajadoras. O que se tem notado é que a oração pela paz tem sido cheia de fervor nestes dias. Você pode sentir a preocupação dos fiéis que vêm às paróquias, mas também se pode sentir uma oração profunda porque sabemos muito bem que a oração não é uma coisa qualquer, a oração tem um enorme poder de mudar os corações, de mudar o curso da história.

A impressão é que o diálogo neste momento está parado e que as partes não estão se ouvindo… O diálogo está encontrando obstáculos agora. O que ocorre é o que acontece nas famílias quando surge um conflito, que não surge naquele momento, mas existem causas anteriores que deram origem a esses mal-entendidos. Este é um aspecto… Quando o diálogo se rompe, a culpa é de muitos, em minha opinião, e não apenas de alguns diretamente envolvidos. O segundo aspecto, que é muito positivo, é que a Igreja redescobre a beleza de sua própria vocação porque, no diálogo político, escolher o caminho da paz significa ter muita coragem. Assim, quando rezamos pela paz, rezamos também pela coragem dos políticos.

A missão da Igreja é olhar para todos como irmãos, portanto, quando falamos de diálogo e quando rezamos pelo diálogo, como Igreja sabemos que temos a missão de iluminar o diálogo. Quando rezo pessoalmente pela paz, sei muito bem que a qualquer momento Nosso Senhor Jesus é capaz de iluminar um ou outro político, um ou outro soldado, e mudar diametralmente as decisões. É preciso muito pouco, apenas uma mudança de perspectiva de um lado para o outro, como um irmão, e as decisões mudam. Portanto, mesmo que a situação seja muito tensa, muito difícil, humanamente falando, é uma maneira de a Igreja redescobrir sua missão. Também podemos acrescentar que, como comunidade de crentes, somos convidados a contribuir para a construção da sociedade, das nações, dos países, mas esta construção nunca significa ir contra alguém, significa acima de tudo construir nós mesmos, a unidade, a compreensão. Também significa construir um maior entendimento entre as igrejas, porque quanto mais unidos estivermos, mais fortes estaremos dentro e mais capazes de dar um testemunho do Evangelho aos outros.

Com informações do VaticanNews e CNBB


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

COLETA DA SOLIDARIEDADE, DA CF 2022, CONTRIBUI PARA A PROMOÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA, O COMPROMISSO COM OS POBRES E A VIDA PLENA

 


Neste ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”  (Pr 31,26). Seu início se dará na abertura da Quaresma, dia 2 de março, na Quarta-Feira de Cinzas.

A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destaca que “a Quaresma é um tempo favorável para a conversão do coração ” e que a a CF, realizada pela Igreja no Brasil desde 1964, tem como propósito ser um caminho para que os cristãos vivam a espiritualidade quaresmal com o sentido de mudança e transformação pessoal rumo à solidariedade a um problema concreto da sociedade brasileira.

Em 2022 será a terceira vez que a Igreja no Brasil vai aprofundar o tema da educação em uma Campanha da Fraternidade. Desta vez, a reflexão será impulsionada pelo Pacto Educativo Global, convocado pelo Papa Francisco.

“Ao longo da  caminhada quaresmal, em que a conversão se faz meta primeira, recebemos o convite para busca os motivos de nossas escolhas em todas as ações e, por certo, naquelas que dizem respeito mais diretamente ao mundo da educação”, convida a presidência da CNBB.

Deste modo, a Campanha da Fraternidade de 2022 convida a todos a promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário.

Participe da Coleta da Solidariedade

Do total arrecadado na Coleta para a Solidariedade, 60% fica na própria diocese e é gerido pelo Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) com o objetivo de apoiar iniciativas e projetos locais. Os outros 40% compõem o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS), que é administrado pelo Departamento Social da CNBB, sob a orientação do Conselho Gestor da CNBB.

Bispo, padres, religiosos(as), lideranças leigas, agentes de pastoral, colégios católicos e movimentos eclesiais são os principais motivadores e animadores da Campanha da Fraternidade em suas comunidades, paróquias e dioceses.

A Igreja espera que todos participem oferecendo sua solidariedade em favor das pessoas, grupos e comunidades, pois “ao longo de uma história de solidariedade e compromisso com as incontáveis vítimas das inúmeras formas de destruição da vida, a Igreja se reconhece servidora do Deus da vida”.

O Dia Nacional da Coleta será no próximo 10 de abril, Domingo de Ramos. Os fieis poderão realizar suas doações, para aplicação em projetos sociais, na conta indicada abaixo, ao longo de todo o ano. O comprovante do depósito precisa ser enviado por e-mail para financeiro@cnbb.org.br

Banco Bradesco
Agência: 0484-7
Conta corrente: 4188-2 (CNBB)
CNPJ: 33.685.686/0001-50

Outras informações sobre a Campanha podem ser consultadas em: https://campanhas.cnbb.org.br/

Subsídios

A cada ano, o Setor de Campanhas da Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB) com a Edições CNBB produzem e preparam uma série de subsídios para diferentes públicos com o objetivo de promover, a partir de diferentes realidades, a reflexão e a ações propostas em torno da Campanha da Fraternidade. Estes subsídios estão agrupados no Manual da CF 2022.

 

FONTE: https://www.cnbb.org.br/